No penúltimo episódio da temporada, o grande vencedor foi o fan-service.
Uma tradição de Game of Thrones é o penúltimo episódio conter a maior sequência de ação ou o maior plot twist da temporada. Mesmo essa sétima temporada sendo mais curta, com apenas 7 episódios, a tradição foi mantida. “Beyond the Wall” deu ao espectado uma nova grande batalha contra os White Walkers na qual houve apenas um grande vencedor: o fan-service.
Recapitulando o ocorrido no episódio anterior: Jon Snow e seus amigos tiveram a BRILHANTE ideia de capturar um zumbi vivo (?) para mostrá-lo a Cersei e, com isso, forjar uma trégua para que todos pudessem lutar contra os White Walkers. Era um bom plano? Por sorte Tortmund responde a essa pergunta no início do episódio: “pessoas inteligentes não vêem aqui procurar os mortos”. Pois é, mas em roteiros mal-escritos e forçados, às vezes elas vão. Segue o baile.
Trailer do último episódio da temporada.
Fan-service para dar e vender

A comunidade de fãs de Game of Thrones tem voz muito ativa dentro da HBO. Se tínhamos dúvida desse fato, o episódio de hoje confirmou. Diversas sequências do episódio simplesmente não fizeram sentido algum e o roteiro foi desenvolvido unicamente para chegar a alguns fins. Fins esses, visivelmente, pautados pelas preferências dos fãs.
Vocês queriam JONERYS? Então pronto, toma JONERYS para vocês. Não importa que a paixão dos personagens seja súbita e tenha pouquíssima construção que sustente. Não importa que o momento para ela aflorar seja a pior possível. Também não importa se Jon Snow chamar Daenerys de “Dany” não tem sentido algum dentro da trama. O que importa é atender aos fãs. Gerar prints, gifs e vídeos para serem compartilhados. O maior shipp da comunidade de fãs de Game of Thrones começa a ser real. E só foi preciso fazer o roteiro sangrar para isso.
Outro desejo de muitos fãs também foi atendido no melhor estilo “o episódio é nosso mas quem ganha o presente é você!”. O famigerado Dragão de Gelo está entre nós. Vejam bem, eu não tenho nada contra a existência de um dragão zumbi ou congelante na série. O problema é como o roteiro é torcido até que seja possível isso acontecer. Daenerys voou até o norte da Muralha com seus queridos filhos para lutar uma guerra sem importância para ela. No meio desse combate, com apenas um golpe, um dos seus dragões morre – aliás, nem citaram o nome do falecido. Nenhuma lágrima escorre da Mãe de Dragões, o bichão é guinchado de volta do gelo e depois ressuscita com olho azul. Pronto, vocês venceram, toma o dragão de gelo. A HBO consegue fazer o discutível por linhas muito tortas.
Erros de continuidade e de lógica agridem a inteligência do espectador.

Acho que nunca uma sequência de ação em Game of Thrones foi construída de maneira tão confusa e de maneira a agredir tanto ao nosso bom senso. Afinal: quantos soldados figurantes o bando de Jon Snow levou com eles? Eu vi uns 3 morrerem de graça. Mas em vários takes eles simplesmente pareciam não estar lá. Quantos homens afinal compunham o grupo?
O número de mortos-vivos guerreando contra Jon e cia também me deixou confuso. Eram milhares ou centenas? Pois na tomada área, pareciam infinitos. Mas ao avançar contra os heróis, estavam em número suficiente para serem repelidos. Outra dúvida: porque diabos eles se preocuparam em morrer de frio se Beric Dondarrion consegue COLOCAR UMA ESPADA EM CHAMAS? Aliás, porque eles não a usaram para derreter o gelo ao seu redor mesmo?
Se o Rei da Noite consegue arremessar lanças com extrema precisão e à longa distância, porque ele não matou Jon e seus amigos durante a noite? Gendry tem super-velocidade? Os corvos de Atalaieleste tem super-velocidade? Os dragões de Daenerys tem super-velocidade? Pois até para eles chegar ao norte da Muralha em menos de 1 dia deve ser desgastante. Enfim, ficam essas dúvidas aí para vocês.
A chatice de Winterfell e algumas poucas qualidades.

Outro núcleo bastante presente no episódio foi Winterfell. Nele, Arya e Sansa Stark começaram a colocar seus ressentimentos para fora. Eu aprecio a ideia do embate entre as duas. Ambas viveram experiencias distintas, sofreram cada uma a seu modo, e ainda estão vivas para contar suas histórias. Mas o fato de serem irmãs não apaga o fato de Sansa ter feito pouco para impedir a morte de Ned Stark. O problema do núcleo, a meu ver, é que esse embate chega em má hora.
Se a HBO tivesse inserido essa crise logo que as duas se encontraram, acredito que faria mais sentido. Agora, ao que parece, essa briga entre irmãs tornou-se apenas um produto do estratagema de Mindinho, o que francamente é muito chato. Claramente a emissora não tem mais o que fazer com Lorde Baelish e resolveu misturá-lo a uma trama que não necessitava da ajuda dele para existir. Arya já teria motivos para desconfiar de Sansa; Sansa já estranharia o comportamento de Arya.
Mas nem tudo foram trevas hoje. Alguns poucos diálogos desenvolvidos dentro do episódio foram importantes para retomar histórias antigas da série. Jon Snow quis entregar a espada a Jorah Mormont, lâmina que deveria ser dele por direito de nascença. Jorah também lembrou, em uma conversa com Thoros de Myr, que eles foram os primeiros a invadir Pyke durante a rebelião de Balon Greyjoy. Gendry lembrou do estranho ritual de Melisandre e sua resistência ao senhor da Luz. Esse tipo de conversa não apenas reforça laços entre personagens, mas ajuda ao leitor a lembrar de relações e fatos ocorridos há muitas temporadas.
Conclusão
“Beyond the Wall” talvez tenha sido o pior episódio de Game of Thrones até hoje. Com um roteiro torcido em prol do fan-service, sequências de ação confusas, furos gritantes no enredo e muitas decisões inexplicáveis dos personagens, o sexto episódio da sétima temporada não deve deixar saudades em muitos espectadores.
OBS: não comentarei nada sobre UNCLE BENJEN porque não dou espaço para personagem que aparece sem explicação alguma, tem menos de três falas e não acrescenta à trama.
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Que porcaria de texto.
Também não gostei do episódio, mas essa crítica superficial, que usa frases rebuscadas para parecer sutilmente inteligente foi muito pior que o episódio em si.
Argumentação completamente tosca, parecendo mais uma choradeira contra o “shipp Jonerys” que uma crítica real ao episódio.
O autor apenas demonstrou não ter noção alguma do que significa “tempo cronológico” e “tempo psicológico”, logo demonstrou não ter noção alguma de língua portuguesa.
Demonstra também não ter conhecimento algum do contrato firmado e amplamente divulgado entre George Martin e a HBO, que foi excplicado mais de uma vez pelo autor de A Song of Ice and Fire em diversos encontros e entrevistas que deu nos últimos anos.
Crítica grosseira, mal escrita, baseada e pautada na choradeira de quem não aceita as coisas como as coisas são, puro fruto da geração “Nutella”.